O lugar das Vendas formou, recentemente, com sede da freguesia, o núcleo central da efémera Vila de Ceira.

Este local é dos primórdios da localidade, então designada Celium e que foi, no século XII, um dos sítios mais importantes nas proximidades de Aeminium.

Quando da deslocação da sede do Bispado de Conímbriga para Aeminium, existiram junto ao rio Ceira, onde hoje é a ponte da Longra, construções rudimentares as quais serviriam para fins agrícolas, recolha de gado e possivelmente aproveitamento da corrente para outros fins, como a moagem.

O rio tinha maior declive, pois o núcleo central da Celium seria para lá do actual fundo de Ceira, dado que o rio corria encostado às barreiras do campo, do lado de Castelo de Viegas e Conraria. O vale era muito mais apertado. Daí que a antiga igreja e o cemitério estejam soterrados por esses locais.

Vendas de Ceira era um local muito airoso pela sua exposição ao sol e pela frente ribeirinha então com vegetação autóctone, hoje desaparecida. Antes da invasão do eucalipto, até ao Senhor da Serra ainda existiam vestígios dessa vegetação, muito apreciada pelos romeiros do santuário.

As Vendas foram sempre um local onde viveu gente da mais ilustre da nossa freguesia. Não mencionamos ninguém, por uma questão de princípios. Ainda hoje, as suas gentes primam pela sua acção e posição na sociedade local, regional e nacional.

Aqui se desenvolveram industrias e comércios, como lagares de azeite, panificação, serrações e madeiras, horticultura, floricultura, dos viveiros em geral, e da saúde, armazenagem e mais recentemente da construção civil, papelaria, contabilidade e outros escritórios ligados as profissões liberais.

As Vendas foram também um local de apoio ocasional dos forasteiros idos à romaria do Senhor da Serra. A existência duma nascente, hoje extinta ou desactivada, deu origem a uma bica, que ficaria situada nas terras do olival da família Cardoso.

Também a escola primária foi transferida do adro da Igreja para as Vendas de Ceira.

Recordamos aqui a celebre canção popular que tanta fama alcançou em tempos idos e que tanta luta deu.

Eis alguns dos seus versos:

Dizem que Ceira é grande

Talvez

Mas ninguém se lembra dela

Agora até por desgraça

Nossa Senhora da Graça

Já nem tem uma capela

Senhora da Graça

Ò Rica santinha

Fazei com que façam

Que o tempo já passa

Outra capelinha

Já não há esperança

Doutra escola haver

As nossas crianças

Com estas mudanças

Sem saberem ler

A junta de Freguesia

Resolveu fazer um dia

Uma pequena capela

Pra construir uma escola

Os lavradores por esmola

Foram à pedra pra ela

Refrão

Dizem que Ceira é grande

Talvez…

As Vendas foram sempre um local de ponta a nível de estudos superiores. Os diplomados universitários escolheram-no, desde longa data, para residência e outras eram de lá naturais.

Muito mais haveria que dizer sobre este lugar da nossa Freguesia mas o espaço agora disponível não nos permite alongar.

Este pequeno sumário teve o contributo dos diários de Luciano Rodrigues Baptista e da sua filha Menina Maria, já falecidos e foram recolhidos por Américo Soares e Américo Santos.

Está aberto a outros contributos e a possíveis correcções.

O lugar das Vendas formou, recentemente, com sede da freguesia, o núcleo central da efémera Vila de Ceira.

Este local é dos primórdios da localidade, então designada Celium e que foi, no século XII, um dos sítios mais importantes nas proximidades de Aeminium.

Quando da deslocação da sede do Bispado de Conímbriga para Aeminium, existiram junto ao rio Ceira, onde hoje é a ponte da Longra, construções rudimentares as quais serviriam para fins agrícolas, recolha de gado e possivelmente aproveitamento da corrente para outros fins, como a moagem.

O rio tinha maior declive, pois o núcleo central da Celium seria para lá do actual fundo de Ceira, dado que o rio corria encostado às barreiras do campo, do lado de Castelo de Viegas e Conraria. O vale era muito mais apertado. Daí que a antiga igreja e o cemitério estejam soterrados por esses locais.

Vendas de Ceira era um local muito airoso pela sua exposição ao sol e pela frente ribeirinha então com vegetação autóctone, hoje desaparecida. Antes da invasão do eucalipto, até ao Senhor da Serra ainda existiam vestígios dessa vegetação, muito apreciada pelos romeiros do santuário.